bonito, me viu um pai
não meu, mas também meu
e nunca, ao perguntado,
ele sempre respondeu
que a resposta não é minha
que a escolha, mizifi
já foi feita mais de um mês
e restava só a espera
pra saber se dentre os três
começava a primavera
e orgulhoso meu pai não-pai
e eu que nunca perguntei
falou ele, eu escutei
não se trata de uma guerra
pouco importa, eu vencerei
e eu que nunca perguntei
resolvi, chegara a hora
mas olhou um pai pra mim
mizifi merece riso, mizifi
e sorriu o pai pra mim
mizifi já tem amor, mizifi
e firmou meu pai pra mim
.
por descuido ou poesia
quinta-feira, março 05, 2009
quinta-feira, outubro 23, 2008
Ilha deserta
Quando o último barco,
tentou me levar desta ilha
apareceste no cais do porto,
dizendo: somos só nós!
queres mesmo ir?
E eu não fui.
Mas eis que de noite,
te fostes com os piratas
criando uma ilha deserta
onde eu pudesse
morrer por ti.
.
tentou me levar desta ilha
apareceste no cais do porto,
dizendo: somos só nós!
queres mesmo ir?
E eu não fui.
Mas eis que de noite,
te fostes com os piratas
criando uma ilha deserta
onde eu pudesse
morrer por ti.
.
sexta-feira, junho 06, 2008
Dionísio
Faz-me Dionísio por três segundos
Que quero-te mulher em três tempos
que deito-te e mordo-te cem vezes
sem crises, sem crime, sem textos
Faz-me Dionísio por três segundos
Faz-me Dionísio, paga pra ver
Aproveita tua superioridade Ariana
antes que voltemos à posição de dominar-te
antes que te queixes da demora
quando, o que queres, é recomeçar
Dá-me a chance de ser um Dionísio
De ser só hoje um Baco em tua boca
de dar-te, domar-te, ter-te em mil
Mas faz-me por três mil anos Dionísio
Três segundos é pouco, pra que te seja vil.
.
Que quero-te mulher em três tempos
que deito-te e mordo-te cem vezes
sem crises, sem crime, sem textos
Faz-me Dionísio por três segundos
Faz-me Dionísio, paga pra ver
Aproveita tua superioridade Ariana
antes que voltemos à posição de dominar-te
antes que te queixes da demora
quando, o que queres, é recomeçar
Dá-me a chance de ser um Dionísio
De ser só hoje um Baco em tua boca
de dar-te, domar-te, ter-te em mil
Mas faz-me por três mil anos Dionísio
Três segundos é pouco, pra que te seja vil.
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segunda-feira, abril 21, 2008
e que parece até maldade
um choro só, inundou todo meu chão
não era odeon, nem lamentos, choro meu.
fui de ingênuo a vou vivendo, e não
não entendi os versos, deste choro meu.
souberam, decerto, que o chão não secou
choveu uns tantos choros, flor amorosa,
noites cariocas, assanhado, e fui melhorando
secando o chão, até que num choro baixinho
não vi a chuva caindo, voltei a lamentos
encontrei um sem-nome, avancei, triste,
apanhei-te cavaquinho, mas no descompasso,
vacilei no chão molhado, não ouvi que o choro,
virara samba, que tímido, me sorria, sem chuva.
não era odeon, nem lamentos, choro meu.
fui de ingênuo a vou vivendo, e não
não entendi os versos, deste choro meu.
souberam, decerto, que o chão não secou
choveu uns tantos choros, flor amorosa,
noites cariocas, assanhado, e fui melhorando
secando o chão, até que num choro baixinho
não vi a chuva caindo, voltei a lamentos
encontrei um sem-nome, avancei, triste,
apanhei-te cavaquinho, mas no descompasso,
vacilei no chão molhado, não ouvi que o choro,
virara samba, que tímido, me sorria, sem chuva.
sexta-feira, fevereiro 15, 2008
uma letra só e ponto
mais fácil que entender o que ela pensou quando recebeu tão amáveis recados, foi descobrir as intenções nada sutis do admirador que insistia em usar o disfarce há tempos descoberto. bem, ela pouco se importou, já que o interesse era há ainda mais tempo demonstrado, e os inusitados encontros os levavam à inevitável vontade de ver um ao outro mais e mais.
ele deixou , neste texto, evidentes sinais de que - de fato - era quem ela pensava. o que a essas alturas a dá certeza de que se tratava, enfim, de uma declaração - no mínimo - de interesse.
passarão, então, a agir como se esperassem o momento ideal para o encontro não mais apenas dos olhos - que trazia os pensamentos e os desejos - mas pelo menos das palavras e do encantamento. mais tarde, a curiosidade do cheiro, a fatalidade de um toque.
tomara que ele não esteja errado. e se estiver, que não seja frustrante ou doloroso. mas se for, ele vai entender ainda mais de ficção e de disfarces há tempos descobertos.
2006
ele deixou , neste texto, evidentes sinais de que - de fato - era quem ela pensava. o que a essas alturas a dá certeza de que se tratava, enfim, de uma declaração - no mínimo - de interesse.
passarão, então, a agir como se esperassem o momento ideal para o encontro não mais apenas dos olhos - que trazia os pensamentos e os desejos - mas pelo menos das palavras e do encantamento. mais tarde, a curiosidade do cheiro, a fatalidade de um toque.
tomara que ele não esteja errado. e se estiver, que não seja frustrante ou doloroso. mas se for, ele vai entender ainda mais de ficção e de disfarces há tempos descobertos.
2006
terça-feira, janeiro 02, 2007
imagem da mulher que se quer
tua fotografia, mulher
apagou aqui dentro
não lembro teu rosto
detalhe sequer, porém
te quero, te quero
não é desdem, não é
vá lá
o samba, aquele nosso,
ainda toca em vinil
sem remorso, nem choro
infatil, eu, estremeço
te canto, te canto
mas de rosto te esqueço
sei lá
vestido no corpo
copo, cerveja à beça
morto, sem beijo
só na cabeça, "amanhã"
me pergunto, com pressa
teu rosto, teu rosto
será que te vejo?
posso?
apagou aqui dentro
não lembro teu rosto
detalhe sequer, porém
te quero, te quero
não é desdem, não é
vá lá
o samba, aquele nosso,
ainda toca em vinil
sem remorso, nem choro
infatil, eu, estremeço
te canto, te canto
mas de rosto te esqueço
sei lá
vestido no corpo
copo, cerveja à beça
morto, sem beijo
só na cabeça, "amanhã"
me pergunto, com pressa
teu rosto, teu rosto
será que te vejo?
posso?
sexta-feira, dezembro 29, 2006
abate
No açougue, fez nojinho,
disse que não tocava no mignon
Eu me fiz de tolo,
mas depois cortei em bifes,
fatiei, e o que deu eu moí
Viúvo, fui jantar fora.
disse que não tocava no mignon
Eu me fiz de tolo,
mas depois cortei em bifes,
fatiei, e o que deu eu moí
Viúvo, fui jantar fora.
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