sexta-feira, abril 29, 2005

Formosinha de Elvas

Elvas é uma charmosa cidadezinha lusitana, no frio cai muito bem. Há um poema, muito engraçado (nos sentidos português e brasileiro, que são diferentes), Formosinha de Elvas, este aí:

"Faz-me por ela morrer
e traz-me desesperado
alguém que dá gosto ver
e de corpo bem talhado,
por quem a morte hei-de ter
como cervo lanceado
que se vai do mundo a perder
da companhia das cervas.

Antes ficasse sandeu
ou me embruxassem com ervas
no dia em que me apareceu
a tal formosinha de Elvas.

Mais a morte me convém,
pois da sensatez me queixo
de quem desejo não tem
de matar o meu desejo
e me parece tão bem
que cada vez que a vejo
me lembra a rosa que vem
saindo por entre as relvas.

Antes ficasse sandeu
ou me embruxassem com ervas
no dia em que me apareceu
a tal formosinha de Elvas."

Bem, é uma forma, bem nobre, de tapar o buraco da minha inspiração, que não vem. E cuidado com as formosinhas e formosinhos que por aí andam.

segunda-feira, abril 11, 2005

vazio

impõe a ti dura realidade
e dizes que tudo brilha
faz derramar as águas
que guardo para navegar
pensamentos que afastam de ti
vê flutuar meus olhos
sem saber a quem olhar
e não estás
pouco entendes meu mar
que dei para ti
e que desaguam em ti

pouco entendes meu mar
faz derramar as aguas
que guardo e não navegas
é imposto, é cobrado o sal
não ter para onde ir
é o que resta
é o que resta

***

Amanhã, o que há de melhor
Mas amanhã, o que há de melhor
É o que há
És o que há
Não haverá poesia
As palavras mudas
Amanhã somos nós

quarta-feira, abril 06, 2005

Manifesto

Porque alguma milésima parte do meu corpo, do meu cérebro, por alguma razão que desconheço, não me deixa escrever.

A inspiração vem de onde?

Amanhã tem mais, ou não.